UM MOMENTO QUE FICOU NA HISTÓRIA DO VINHO BRASILEIRO

UM MOMENTO QUE FICOU NA HISTÓRIA
DO VINHO BRASILEIRO

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Anúncio do evento no programa oficial da Wine Professional 2017

Uma série de acontecimentos desses últimos anos leva a crer que nossa reputação no campo da pinot noir atravessou as fronteiras do continente. O mundo do vinho é pequeno. O mundo do vinho natural é menor, e o mundo da pinot noir é menor ainda. Se as condições na Coreia do Sul permitirem elaborar um pinot que remeta à fineza de um borgonha, quem o fizer em poucos anos será conhecido mundialmente.  Mas não basta querer produzir pinots de estilo francês, há que se plantar o vinhedo num local que permita isso. Graças a uma combinação de clima, solo e altitude conseguimos no Rio Grande do Sul uma das expressões de pinot noir entre as mais próximas ao estilo dos vinhos da Borgonha já alcançadas no Novo Mundo. Os resultados que obtemos naturalmente, graças às condições de clima e solo do Rio Grande do Sul, seriam inalcançáveis nas regiões mais áridas do Novo Mundo, por exemplo, pois a pinot precisa de frio e umidade, precisa lutar contra as intempéries para desenvolver seus polifenóis, precisa de solos com vida, algo que encontramos na Europa e aqui – mas não em desertos irrigados. Pinot responde mal ao calor e à irrigação. Sempre que nos perguntam porque nossos vinhos têm um perfil tão europeu respondo que é por serem vinhos de chuva, de vinhedos não irrigados. Parece uma resposta simplista, mas creio ser a mais precisa. Combinando essa benção natural – que nos coloca em posição privilegiada no Novo Mundo – com métodos ancestrais de vinificação que tivemos a oportunidade  de conhecer de perto na Borgonha, e adotamos à risca em nossos pinots, o reconhecimento veio muito cedo, pois, até onde sabemos, fomos os primeiros a propor um pinot noir brasileiro elaborado rigorosamente conforme a tradição da Borgonha, resultando em vinhos elegantes, de estilo clássico, que rapidamente conquistaram os conhecedores de bons borgonhas. Não consta que existissem pinots  nesse estilo produzidos no Brasil antes do primeiro Fulvia Pinot Noir. Apesar do reconhecimento nacional decorrente disso, nada até aqui tinha sido tão marcante e significativo, nem assumido as proporções do evento de janeiro de 2017, em que fomos homenageados na Holanda pelo trabalho realizado com a casta pinot noir, dentro do programa oficial da feira Wine Professional, em Amsterdam – o mais importante evento sobre vinhos da Holanda.

Nesse evento, coberto pela imprensa especializada local, Fulvia Pinot Noir 2015 e Monte Alegre Pinot Noir 2015 foram apresentados, com todas as honras, a um seleto grupo de profissionais da área do vinho e da alta gastronomia holandeses. Trata-se provavelmente de uma das maiores homenagens já prestadas pela Europa a um vinhateiro brasileiro. Verdadeiro divisor de águas na história da nossa vinicultura, representa o momento em que um vinho do Brasil foi abordado no exterior não apenas como mais uma curiosidade exótica, e sim como expressão singular de uma difícil casta cultivada com sucesso em solo estrangeiro.

Éramos cinco produtores de diferentes países, citados pela comissão organizadora como “capazes de produzir pinot noir de altíssimo nível fora da França”. Das cinco vinícolas apresentadas fomos os únicos vinhateiros presentes, o que nos permitiu gravar um vídeo da apresentação. Foi sorte, pois se não estivéssemos lá naquele exato momento, de câmara na mão filmando o discurso do anfitrião, jamais saberíamos o que foi dito. E mesmo que tivéssemos apenas presenciado, se não tivéssemos gravado seria difícil transpor aqui as palavras de Willem Blankenstein sem que soasse pretensioso. O velho mercador holandês de vinhos da Borgonha estava realmente bem impressionado com nossos pinots, como podemos ver no filme compartilhado mais abaixo. 

Pinots Noirs 2015
Os vinhos apresentados


VÍDEO DO EVENTO


ENTREVISTA PARA A TV HOLANDESA

Durante o jantar que se sucedeu à apresentação relaxávamos apreciando um bom vinho após um dia muito tenso com o trânsito pesado de Amsterdam, a corrida para não nos atrasarmos e a dificuldade de achar estacionamento nos arredores do gigantesco centro de eventos. Quando menos esperávamos fomos interrompidos por um cameraman que me apontava uma grande filmadora profissional ao mesmo tempo que o repórter Richard Kok estendia o microfone para uma entrevista da R&R Media En Advies Netherlands, empresa holandesa de jornalismo. Uma entrevista não agendada, não preparada, após um dia cansativo que incluiu diversas degustações e algumas taças de vinho durante o jantar. Precisar puxar o inglês numa circustância como aquela foi um tour de force, surpreende-me que o resultado tenha ficado razoável. 


ENTREVISTA PARA REVISTA HOLANDESA

Entrevista com o repórter Louis Janssen para a revista The Wine and Food Association durante a feira Wine Professional 2017. O texto está em holandês, mas traduzimos e copiamos aqui o último parágrafo: 

“No restaurante Le Garage, em presença de Emmanuel Bourguignon (o famoso especialista em terroirs), os dois Pinot Noirs foram novamente avaliados. Bourguignon desconhecia os vinhos e ficou surpreso por seu caráter único. Considerou a estrutura dos solos interessantíssima e espera muito desses vinhos para o futuro, quando o envelhecimento das vinhas sob influência desse solo poderá trazer mais mineralidade, melhorando o equilíbrio com a fruta. Somando-se a isso o aumento da experiência do vinhateiro, ele vislumbrou um interessante potencial. Conclusão: uma enorme surpresa!” 

Fonte: http://www.thewinesite.nl/proefschrift/marco-danielle-atelier-tormentas-brazilie/

FAC-SÍMILE DA REVISTA

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UM DIA QUE FICOU EM NOSSA HISTÓRIA

Talvez o dia 10 de janeiro de 2017 devesse ficar na história do vinho brasileiro como o dia 24 de maio de 1976 ficou na história do vinho americano, data do famoso “Julgamento de Paris”. Não de forma tão espetacular, mas igualmente significativa. 

Nesse 10 de janeiro, sob elogios efusivos, dois vinhos brasileiros foram apresentados em Amsterdam por uma autoridade estrangeira em Pinot Noir, um especialista em Borgonha, a um grupo composto por representantes da alta gastronomia e sommellerie holandesas, sob as lentes da imprensa especializada local, durante o maior e mais importante evento sobre vinhos da Holanda.

Esses vinhos foram Fulvia Pinot Noir e Monte Alegre Pinot Noir, ambos da safra 2015.

Cinco produtores de Pinot Noir fora da França, cujas reputações atravessaram as fronteiras de seus países, foram homenageados dentro do programa oficial da 15ª Wine Professional, em Amsterdam. O evento aconteceu dia 10.01.2017 no espaço Gault & Millau Theater da feira, organizado pela mesma empresa que publica o guia Gault & Millau nos Países Baixos. Cada uma das cinco provas foi precedida pela apresentação do produtor por Willem Blankenstein, tradicional importador holandês, organizador e nosso anfitrião nesse evento voltado a um público bastante restrito: Blankenstein, em suas duas intervenções anuais na Wine Professional, tinha como convidados sommeliers e chefs de cozinha representando prestigiosos restaurantes da alta gastronomia holandesa. Na edição 2017 de suas apresentações na Wine Professional, Blankenstein, apaixonado por pinot noir e especialista na área, contrapôs dois mundos em dois dias: dia 9 apresentou uma vertical de 15 safras do Domaine des Monts Luisants, esplêndido clássico da Borgonha. E dia 10 apresentou vinhos de cinco produtores estrangeiros por ele selecionados por elaborarem, segundo suas palavras, pinot noir de altíssimo nível fora da França.  Éramos cinco vinhateiros representando Alemanha, Australia, Brasil, Califórnia e Israel. Como fomos os únicos homenageados a participar pessoalmente do evento, nossa introdução foi feita em inglês e não em holandês, como as demais. Fomos a 5ª e última vinícola na ordem da apresentação, o que, segundo Blankenstein, além de permitir uma contraposição mais precisa em relação aos vinhos precedentes fez com que os nossos acompanhassem o jantar preparado para finalizar o evento – uma honraria do anfitrião. No palco do Gault & Millau uma real mise en scène em alta-gastronomia, ao vivo, teve espaço ao longo da apresentação dos vinhos. Durante a degustação cozinhou o chef do Treeswijkhoeve, restaurante duas estrelas Michelin em Amsterdam. Seus amuse-bouches mostraram-se obras-primas da arte sensorial. A presença de um chef estrelado e sua equipe pontilhando uma degustação de vinhos com pequenas amostras de alta gastronomia me pareceu algo inusitado, de muito bom gosto. Jamais havia participado de uma apresentação de vinhos nesse formato.

Terminada a apresentação fomos cercados por participantes do evento tentando cumprimentar-nos e conversar um pouco. Um gentleman em terno e gravata, cabelos grisalhos, ar aristocrático, polidamente saudou-me e perguntou se eu preferia falar em francês ou inglês. E então disse: “O senhor gosta muito da Borgonha, não é mesmo?” Respondi que sim e questionei o porquê da pergunta.  “Porque os seus pinots foram os mais “borgonhas” da apresentação””, respondeu. Suspirei aliviado. A vertical de Monts Luisants do dia anterior, em que fôramos convidados de honra do anfitrião, fora tão impressionante que eu ficara um tanto inseguro sobre os vinhos que apresentaria no dia seguinte. Os Monts Luisants naquela tarde me pareceram resplandescentes, quinze safras desfiando notas de cereja almíscar num caleidoscópio de altos e baixos entre as diferentes sensações de ano a ano, mas todas as safras impressionantes. Aqueles vinhos pareciam o topo, tudo o que de melhor se pode esperar de um pinot noir. Nossos pinots eram mais delicados, mais etéreos, a cor mais pálida denotando uma certa evanescência típica de vinhos de SO2 baixo.

Estávamos longe da concentração dos Monts Luisants ou dos outros vinhos dos quatro produtores do dia seguinte. Éramos os únicos com vinhos de baixa intervenção por ali, e isso me preocupava. Temia que nossos pinots não fossem compreendidos, pois não tratava-se de um painel de vinhos de naturais, o tema eram pinots de qualidade elaborados fora da França. Somado a essa dúvida vinha o cansaço, pois antes de chegar em Amsterdam havíamos atravessado a Bretanha de carro. Uma longa travessia ao volante, com muita estrada, muita neve, muito vinho e poucas horas de sono. Como se não bastassem os Monts Luisants da véspera, fomos os últimos apresentados. Essa espera só fazia aumentar a ansiedade e a dúvida frente aos vinhos concentrados dos EUA, Austrália, Alemanha e Israel que vieram antes. Ao chegar a nossa vez eu já não sentia mais meus vinhos, que pareciam ter desaparecido frente à exuberância dos demais. Foi quando esse senhor que participou do evento dissipou minhas dúvidas e entendi que cansaço e falta de sono não são os melhores amigos de quem deve avaliar vinhos ou situações.

Blankenstein comentou que conhecidos formadores de opinião teriam deixado a apresentação com ótima impressão de nossos pinots. Nos apresentou Jan van Lissum, diretor da Wine Professional e do Gault & Millau Netherlands, que é também o mais importante jornalista especializado em vinhos na Holanda. Por iniciativa de Jan van Lissum fui entrevistado longamente por Louis Janssen, outro repórter especializado do país (páginas reproduzidas acima), bem como por Richard Kok, da R&R Media En Advies, cuja entrevista, em vídeo, pode ser acessada pelo link disponibilizado mais acima nesta página.

Claro que, 41 anos depois do Julgamento de Paris, as circunstâncias foram outras e o “Julgamento da Holanda” foi às claras e sem surpresas: todos os degustadores presentes sabiam exatamente o que iriam provar e não haveria uma competição entre a Borgonha e o Novo Mundo. O objetivo proposto pelo organizador, baseado em sua larga experiência com a casta pinot noir, foi, segundo suas próprias palavras, apresentar produtores de diferentes partes do mundo capazes de produzir pinots de alto nível, à altura dos franceses. Blankenstein diz ter encontrado esses produtores após meses de pesquisas, contatos e degustações de vinhos de diversas regiões do mundo, representando – novamente segundo suas palavras – o que encontrou de melhor em cada país.

Simbólica coincidência, a Wine Professional é um evento ligado ao guia Gault & Millau. Um dos jurados de 1976 no famoso “Julgamento de Paris” era o irmão e funcionário do fundador da Gault & Millau, mandado por seu chefe apenas para marcar presença, pois definitivamente nenhum veículo da imprensa francesa estava interessado em uma degustação de vinhos californianos. Steven Spurrier, organizador do evento, deixara em sigilo que os vinhos californianos seriam misturados a ícones bordaleses para uma avaliação às cegas que até hoje aborrece os franceses. Outra coincidência: Spurrier foi a primeira celebridade internacional a avaliar nosso trabalho, tendo degustado e emitido pareceres sobre todas as primeiras safras do Atelier. Em janeiro de 2010 um desencontro em Paris fez com que eu não conseguisse lhe entregar pessoalmente as amostras dos meus primeiros pinots, e Mark Williamson, seu amigo baseado em Paris, encarregado de lhe entregar as garrafas, gostou tanto de nossos vinhos que terminou bebendo todas em sua festa de aniversário. As crescentes demandas  da vinícola e o decorrente aumento das atribulações me dispersaram do bom hábito de enviar amostras a críticos internacionais. Os anos voaram, os compromissos aumentaram, e terminei perdendo o contato com Steven Spurrier. Pouco tempo antes de sua morte trocamos e-mails (como sempre muito fraternos) em que prometi amostras dos nossos pinots, mas acabei não as enviando em tempo hábil:  o mais importante jornalista da área nos deixou em 9 de março de 2021, sem conhecer o potencial do Brasil para vinhos à base da casta pinot noir.

QUEM É WILLEM BLANKENSTEIN

Blankenstein era um tradicional importador holandês especializado em vinhos da Borgonha, da qual representava 30 produtores de prestígio quando de nosso encontro. Após mais de 25 anos de atuação no comércio de vinhos, em 2006 fundou a Vendanges Grands Vins, que tinha por clientes principais os mais renomados restaurantes de alta gastronomia da Holanda, boa parte possuindo estrelas Michelin. A empresa optou por não vender em grande escala, elegendo a qualidade em detrimento do volume. Com base em sua forte experiência em Borgonha, Blankenstein  tinha um novo projeto: construir um portfolio baseado nos melhores produtores de Pinot Noir e Chardonnay de cada região vinícola do mundo. Foi durante essa pesquisa que descobriu o Atelier, cujo prestígio no campo da Pinot Noir chegara aos seus ouvidos. Contatou-me encomendando amostras e, após provar os vinhos, decidiu imediatamente que entraríamos em sua apresentação, dentro do programa oficial da Wine Professional 2017. Um detalhe interessante, que tomamos por grande deferência, é a divisa em francês que acompanha a assinatura de Blankenstein, ao lado do escudo da empresa: “nez pour des vins extraordinaires” (nariz para vinhos extraordinários).

Quando soube de meu trabalho e enviou-me seu primeiro e-mail de apresentação como importador, logo estabeleceu-se uma intensa correspondência e pude perceber que Blankenstein era antes de tudo um apaixonado por vinho, acima de qualquer motivação puramente comercial. Escrevia de maneira muito clara, lúcida e apaixonada. Vi muita seriedade e profissionalismo em sua proposta, mas nosso primeiro contato ocorreu muito próximo à data do evento, de forma que fez-se necessário apressar a correspondência e as ações.  Para evitar que burocracias e morosidade de transporte impedissem que os vinhos chegassem em tempo para o evento, decidimos levá-los à Amsterdam em mãos. Blankenstein aproveitou o embalo para fazer um pedido inicial, já que desde seu primeiro contato demonstrara interesse em distribuir-nos nos Países Baixos: viajamos levando 60 garrafas na bagagem!

FULVIA PINOT NOIR 2015 E MONTE ALEGRE PINOT NOIR 2015: NOTAS DE DEGUSTAÇÃO DE WILLEM BLANKENSTEIN

 Hello Marco,

     I started to taste your wines, and looking at the time we have to the Wine Professional I tasted the 2015 Pinot Noirs first.
    I will give you the words I note while tasting the wines:
 
    Monte Alegre Pinot Noir 2015.
·         Ripe black cherries, blackberries
·         Sous-bois, underwood
·         A volcanic hint
·         Beautiful acids
·         Ripeness
·         Elegance
·         Soft, pleasant structure
·         Balance
·         Length
·         Already quite opened
 
Fulvia Pinot Noir 2015.
·         Ripe red cherries
·         A touch of sweetness
·         Young acids
·         Solid structure
·         Tannins, soft, approachable
·         Concentration
·         Succulent
·         Length
·         Still closed
 
         Both wonderful Pinot Noirs, with a significant own character. I will be very glad to let these 2 Pinot Noirs be tasted during my Master Class at the Wine Professional.
 
 
                                                        Willem Blankenstein
                                            Nez pour des vins extraordinaires
 

SOBRE FRÉDÉRIC HENRY

Voltando do evento em Amsterdam aproveitamos a oportunidade para ir à Borgonha visitar Frédéric Henry, sommelier e cavista proprietário da loja de vinhos Mes Bourgognes, no centro de Beaune. Autoridade em Pinot Noir, Henry acabara de publicar uma grandiosa obra sobre 15 vinhateiros da Borgonha. O livro se chama “Entre les vignes” e seu co-autor, Guillaume Laroche, há quatro anos postara no Instagram uma nota que causara sensação entre os enófilos brasileiros, comparando Monte Alegre Pinot Noir 2013 a um Vosne-Romanée. Confirmando as impressões de seu amigo Guillaume Laroche, o vídeo acima traz uma avaliação de Frédéric Henry sobre nosso trabalho. 

Durante nossa visita, Frédéric disse estar procurando um tradutor para a versão inglesa do livro. Sugeri o amigo Oswaldo Correa da Costa, brasileiro radicado em Portugal. E então foi lançada a versão inglesa, “Between the Vines”, traduzida por nosso amigo Oswaldo.  Assim terminou essa produtiva incursão pela França e Holanda, em janeiro de 2017. Uma viagem rica em aventuras e histórias, das quais um importante capítulo acaba de ser registrado aqui.

Fico feliz por ter colaborado para a inclusão do Brasil nesse seleto hall, que reúne um pequeno número de vinhateiros e regiões do mundo cujas circunstâncias permitem obter um resultado reconhecido como superior no campo da casta pinot noir. Sigo acreditando que grandes vinhos nascem no vinhedo e não na cantina, portanto, como vinificamos naturalmente, sem uso de aditivos ou correções, boa parte do mérito por nosso sucesso com essa casta cabe ao clima do Rio Grande do Sul, fora do qual jamais obteríamos os mesmos resultados.

 

Marco Danielle
Atelier Tormentas Vinhos Artesanais
Janeiro de 2017
(texto revisto em junho de 2022)