Infelizmente não estamos abertos ao público. Ainda não temos uma estrutura adequada para a visitação. Embora reconheçamos a importância de abrir um espaço aos clientes para transmitir nosso conceito de trabalho e propagar a própria cultura do vinho, trata-se de uma produção muito pequena e artesanal, com foco diferenciado, que enquanto empreendimento ainda não comporta o investimento necessário para atender à demanda do enoturismo.

Os vinhos do Atelier Tormentas não são orgânicos. Na verdade poucos vinhos do mundo são orgânicos, de fato. O que vemos em geral são vinhos feitos de uvas provenientes de “viticultura” orgânica ou biodinâmica, mas como praticamente todos estes vinhos recebem conservante SO2 durante a vinificação, mesmo que a dose seja ínfima comparada à dos vinhos  comerciais nenhum produtor sério usaria o termo “vinho orgânico”, já que o SO2 é um produto químico. A exceção são raros produtores naturais no mundo que vinificam absolutamente sem SO2, a partir de uvas orgânicas, como por exemplo Claude Courtois, Marcel Lapierre e Phillipe Pacalet, na França. Ainda assim, em geral apenas em seus vinhos tintos.  Estes poderiam ser rotulados como “vinho orgânico”, pois partem de viticultura e vinicultura orgânicas. No nosso caso, embora a matéria-prima seja produzida e escolhida com grande critério, trata-se de uma agricultura convencional não orgânica. O que ocorre é que nossa vinicultura é natural, ou seja, não admite quaisquer aditivos químicos ou “produtos enológicos” no atelier. Apenas o conservante SO2 é empregado, em doses baixíssimas. Cerca da metade de nossos vinhos, contudo, é elaborada sem adição de SO2, tendo uvas como único ingrediente. Neste caso, poderíamos dizer que estes vinhos são provenientes de uma “vinicultura” orgânica.

Os registros históricos sobre  a idade do vinho remontam para algo entre 8 e 12 mil anos, dos quais apenas os últimos 70 conheceram o termo “conservantes”. Em outras palavras, a humanidade usufruiu do vinho sem conservantes durante milênios, e certamente com muito prazer. Tudo é uma questão de cultura e condicionamento. Subitamente, do nada nasce uma indústria que apregoa o lobby de que é impossível fazer bons vinhos sem uma miríade de “produtos enológicos” de todas as ordens, principalmente conservantes e estabilizantes químicos, e que vinhos que não se pareçam com estes não são bons ou têm defeitos. De fato, vinhos tecnológicos não têm defeitos – assim como não têm alma. Mas afinal, o que é um “bom vinho”? É o vinho mais natural possível, que exige cuidados especiais, ou o vinho feito para resistir em pé, sob a luz e o calor das prateleiras dos supermercados? A quem interessa, afinal, que um vinho seja indestrutível? À indústria, ou à saúde do consumidor? Os bons vinhos, os vinhos autênticos e naturais, sempre exigiram cuidados especiais. Os bons vinhos nascem para amadurecer deitados, na escuridão fria das caves, e não para subsistir em pé, sob as lâmpadas quentes dos supermercados. Guardados deitados, longe da luz e de vibrações, a uma temperatura constante de 14°C, mesmo nossos vinhos sem SO2 irão evoluir durante décadas.

Todos os vinhos do Atelier Tormentas disponibilizados para a venda podem ser apreciados imediatamente. Em consenso geral entende-se que quando um produtor libera um vinho para a venda, tal vinho deva estar em condições de ser apreciado e desfrutado imediatamente. Os conhecedores sabem que os vinhos bons já nascem bons e amadurecem bem, o que não ocorre com os vinhos excessivamente tecnológicos, muito refinados e estabilizados, que tendem a manter-se iguais ao longo dos anos. O tempo não melhora os bons vinhos, apenas os transforma. Não serão melhores nem piores, serão diferentes. A juventude apresenta fruta viva e exuberante, e taninos marcantes, adequados à harmonização gastronômica. A maturidade traz complexidade e suaviza o ataque tânico. Guardados deitados, longe da luz e de vibrações, a uma temperatura constante de 14°C, mesmo nossos vinhos sem SO2 irão evoluir durante décadas. Mas na impossibilidade de guardar adequadamente, é sempre preferível um consumo mais rápido.

Do latim, significa algo como “alma minimalista”, inspirado na idéia de que elaborar vinhos com pouca intervenção, tendo uvas como único ingrediente e com o mínimo necessário de equipamentos remete ao despojamento e a um certo primitivismo do Movimento Minimalista vivido nas artes.

Do latim, significa Arte, Paixão e Honra. Acreditamos que sejam estes os três quesitos fundamentais para a elaboração de um grande vinho.

Nossos vinhos são produzidos de forma artesanal, em quantidades muito pequenas, e exigem cuidados diferenciados quanto ao transporte e principalmente a guarda, razão pela qual é praticamente inviável a distribuição através das vias comerciais convencionais. Salvo raras exceções, a maioria das vendas ocorre sem intermediários, diretamente entre a vinícola e o consumidor final, através deste site.

O pedido mínimo é uma caixa de seis garrafas, que pode ser sortida entre os diferentes vinhos disponíveis. Para fazer um pedido recomendamos entrar no menu COMPRAR do site, e preencher o formulário. É simples e rápido. Preferindo, a compra pode se dar totalmente por e-mail. Expedimos os vinhos para todo o território nacional.

A temperatura de serviço segue o consenso geral em relação aos vinhos tintos, cerca de 17°C em média, considerando-se que os Tormentas Fulvia Cabernet-Franc e Pinot Noir são fortemente inspirados nas castas e estilo dos vinhos do Vale do Loire e Borgonha, respectivamente. Os Tormentas 2007 e Prelúdio 2007 são vinhos de castas e inspiração bordalesa. O Tormentas Premium 2006, bem como o Minimus Anima 2007 e 2008, são vinhos mais “quentes”, inspirados no Novo Mundo, mas com um pé na Europa Ibérica: nestes cortes sempre há uma casta introduzindo frescor. Mais importante que a temperatura de serviço, porém, é a aeração. A maioria dos vinhos do Atelier Tormentas irá apresentar CO2 (gás carbônico) em maior ou menor grau, dependendo da garrafa, lote, safra, e histórico de guarda. Isto é uma característica de vinhos naturais, feitos com baixo ou nenhum conservante SO2. Alguma fermentação prossegue em garrafa, mesmo que muito sutil, pois os vinhos não são totalmente estéreis: são engarrafados com vida. A regra é utilizar sempre o decanter, agitando vigorosamente durante o tempo necessário para a completa expulsão do gás (nota frisante). O trabalho de “escanção”, que pressupõe descansar as garrafas durante meses antes de servir, cuidando para transvasar o conteúdo sem misturar os sedimentos, garante máxima qualidade visual em taça. A expressividade dos resultados compensará de longe o trabalho destes rituais antigos, deliciosamente resgatados atualmente.