NEBBIOLO 2018

NEBBIOLO 2018

FICHA TÉCNICA

Localidade do vinhedo: Encruzilhada do Sul
Região do vinhedo: Serra de Sudeste – RS – Brasil 
Altitude: 450 m
Uva: Nebbiolo
Teor Alcoólico: 12,6%
Quantidade produzida: 2.427 garrafas
Colheita: manual em caixas de 15 Kg
Desengace: não (fermentação semi-carbônica dos cachos inteiros)
Quebra das bagas: cachos pisados a pés
Remontagem: manual, por pigéage
Transporte do mosto na encubagem: manual / por gravidade
SO2 adicionado ao mosto: não 
SO2 adicionado nos transvases: não
SO2 adicionado no engarrafamento: insignificante
Tempo em barrica: 24 meses
SO2 total detectado após o engarrafamento: 5 mg/L 
SO2 total permitido por lei no Brasil: 300 mg/L

NOTA DO VINHATEIRO

Em 2018 foi elaborado o primeiro vinho do Atelier a partir da casta nebbiolo, uva que produz os vinhos mais elegantes, mais famosos e mais concorridos da Itália. Das primeiras provas de barrica  às mais recentes degustações pós-engarrafamento Tormentas Nebbiolo vem recebendo ótimas avaliações, sendo sem dúvida nossa melhor surpresa depois do primeiro Fulvia Pinot Noir, há mais de uma década. Fulvia Pinot Noir foi um divisor de águas na história do Atelier, e pelo que tudo indica, Tormentas Nebbiolo 2018 será um segundo divisor de águas. Nosso nebbiolo buscou no Piemonte a inspiração que nossos pinots buscaram na Borgonha ao longo desses anos todos. Mas atenção: Tormentas Nebbiolo não deve, contudo, ser comparado a um barolo. Não podemos esperar um barolo pois não foram esses os planos, não foi essa a opção de vinificação. Para seguir o estilo dos barolos precisaríamos colher as uvas com mais maturação e praticar extrações extremas, gerando vinhos mais duros e alcoólicos que pediriam décadas a mais de guarda até o ponto ideal de apreciação, fugindo ao espírito dos vinhos do Atelier. Tormentas Nebbiolo está muito mais para os Gattinara (Piemonte) ou os Valtellina (Lombardia), vinhos construídos mais em delicadeza que em potência, mais próximos à estrutura de um bom pinot noir da Escola Clássica. Tormentas Nebbiolo engana aos olhos pelo matiz vermelho-atijolado e pouca intensidade de cor, e ao olfato pelos aromas sutis e delicados, mas no palato entrega o que se espera da casta: o ataque tânico que gruda na boca, que amortece as papilas no par de segundos em que o apetite dispara e a cozinha entra em jogo: um vinho que pede comida. Eu não usaria o termo potência para definir esse ataque no palato, e sim virilidade. É um misto de força e ternura. Um bom equilíbrio entre acidez e doçura, álcool na medida exata e o mais surpreendente: bastante estabilidade e limpidez aromática para uma vinificação a zero SO2.