MONTE ALEGRE PINOT NOIR 2013 AVALIADO POR PROFISSIONAIS DA BORGONHA

MONTE ALEGRE PINOT NOIR 2013

AVALIADO POR PROFISSIONAIS DA BORGONHA



“Fabuloso Pinot Noir natural do Brasil. Durante a degustação às cegas, diríamos um Vosne-Romanée. Fruta impressionante.”

Guillaume Laroche (ex wineguyinparis, hoje guillaume_entrelesvignes), autor dos livros da série “Entre eles Vignes”

Em 2015 esse post do Instagram circulou por nossa rede de contatos causando sensação entre os wine geeks, clientes e amigos. Ficamos sem entender como nosso Monte Alegre fora parar na Borgonha e quem o provara, redigindo essa nota com tanto entusiasmo. Como o mundo do vinho é pequeno, logo ficamos sabendo: tratava-se de mais uma proeza do cliente, amigo e admirador Faiçal Murad Filho, de SP, um dos maiores entusiastas dos pinots da Borgonha que já conheci. Faiçal já chegou a visitar essa famosa região francesa quatro vezes em um ano. Uma dessas visitas durou 41 dias, quando provou mais de mil vinhos. Grande incentivador do nosso trabalho, sempre levou alguns pinots do Atelier na bagagem. Compartilhou várias garrafas com seu amigo Frédéric Henry, cavista, uma autoridade em pinot noir que vende pinot noir no berço da pinot noir; dono da Mes Bourgognes, loja de vinhos em Beaune, coração da Borgonha. Uma dessas garrafas foi de um Monte Alegre PN 2013, que degustado entre amigos resultou no post de Guillaume Laroche que ilustra este artigo. A garrafa vazia de um Fulvia PN ficou exposta no interior de sua loja, em Beaune, e como temos clientes que viajam muito não tardou que nos falassem a respeito. Henry provou nossas safras inaugurais de Fulvia Pinot Noir mais aclamadas (2009 / 2011), e devo dizer que divulga nosso trabalho com mais entusiasmo e nos envia clientes com mais frequência a partir da Borgonha que a maioria dos nossos conterrâneos do setor o faz por aqui. 

Frédéric Henry
O sommelier e cavista Frédéric Henry

O mesmo ocorreu com outro cavista especializado em Pinot Noir, Philippe Séré, dono da Ambassade de Bourgogne, em Paris. Segundo Faiçal, Séré, igualmente, deixou uma garrafa vazia exposta no interior da loja, onde também ministra cursos a enófilos. Um cliente nosso,  Eduardo Tamburo, contou-nos de seu entusiamo ao ver a garrafa de Monte Alegre na Ambassade de Bourgogne.

Sempre importante lembrar e relembrar que nossos pinots não se parecem com os pinots da Borgonha apenas pelo modo como são vinificados, mas principalmente pelo clima e o solo do Rio Grande do Sul, fora do qual não alcançaríamos os mesmos resultados . Aqui a pinot noir se desenvolve em terra viva, não desértica, não irrigada, e luta contra as intempéries a exemplo do que ocorre nas melhores regiões vitivinícolas da Europa, enriquecendo-se em polifenóis como defesa natural contra os ataques fúngicos – uma resposta da planta à umidade. Os grandes vinhos do mundo são vinhos de chuva, vêm de regiões não irrigadas onde a chuva é elemento fundamental à manutenção de um solo vivo, e o teto nublado colabora para uma maturação mais lenta e prolongada sob temperaturas amenas, evitando o cozimento das frutas e a destruição dos ácidos orgânicos essenciais ao equilíbrio e a longevidade dos vinhos naturalmente ricos em acidez e polifenóis. Sempre que me perguntam porque nossos vinhos são tão europeus em estilo respondo que não tem tanto a ver com a técnica de vinificação, mas sim com a vocação natural de nosso clima e de nosso solo.

                                                         Marco Danielle                                                                                                        Abril de 2016

 
P.S.: em maio de 2016, um mês após a publicação deste artigo,  estivemos na Borgonha, quando finalmente conhecemos Frédéric Henry pessoalmente. Vimos a garrafa vazia de Fulvia PN 2013 exposta numa prateleira alta da loja, conforme nos contavam clientes brasileiros que por ali passavam. Em janeiro de 2017 voltamos à Borgonha e tornamos a visitá-lo, sempre vivendo agradáveis momentos. Nessa última visita tive a oportunidade de gravar uma entrevista em vídeo sobre o lançamento de seu livro Entre les Vignes, em coautoria com Guillaume Laroche. A entrevista pode ser vista clicando aqui. 
Cleber Fonseca, de Taboão da Serra-SP, um dos tantos clientes do Atelier que visitaram a Mes Bourgognes, no centro de Beaune, e viram nossas garrafas expostas. É tocante o carinho que nos dedica ao vestir a camiseta do Atelier na França (literalmente) e expressar seu orgulho num post.

Agradecemos muito, Cleber!
Cleber Fonseca, de Taboão da Serra-SP, um dos tantos clientes do Atelier que visitaram a Mes Bourgognes, no centro de Beaune, e viram nossas garrafas expostas. É tocante o carinho que nos dedica ao vestir a camiseta do Atelier na França (literalmente) e expressar seu orgulho num post. Obrigado, Cleber!