MINIMUS ANIMA 2016

MINIMUS ANIMA 2016

FICHA TÉCNICA

Localidade dos vinhedos: Monte Alegre dos Campos, Fazenda Souza, Encruzilhada do Sul e Urubici 
Região dos vinhedos: Campos de Cima das Serra (RS), Serra de Sudeste (RS ) e Serra Catarinense (SC)
Altitude: 950 m e 450 m e 918 m
Uva: Chardonnay + Sangiovese + Nebbiolo + Pinot Noir + Cabernet-Franc
Teor Alcoólico: 11,1 %
Quantidade produzida: 2.626 garrafas
Colheita: manual em caixas de 15 Kg
Desengace: não (fermentação semi-carbônica dos cachos inteiros)
Quebra das bagas: cachos pisados a pés
Remontagem: manual, por pigéage
Transporte do mosto na encubagem: manual / por gravidade
SO2 adicionado ao mosto: não 
SO2 adicionado nos transvases: baixo
SO2 adicionado no engarrafamento: baixo
Tempo em barrica: 12 meses
SO2 total detectado após o engarrafamento: 19 mg/L
SO2 total permitido por lei no Brasil: 300 mg/L

 

 

 

NOTA DO VINHATEIRO

Uma importante premissa para compreender os vinhos do Atelier é não construir expectativas baseadas em safras anteriores de um mesmo rótulo, a menos que se trate de alguns vinhos varietais bem específicos como Fulvia Pinot Noir, Monte Alegre Pinot Noir, Cabernet-Franc e agora Nebbiolo. O Vermelho é um rótulo genérico sinônimo de “tinto Tormentas”, que varia ao sabor das safras e a princípio tinha a função de apresentar surpresas garimpadas em diferentes vinhedos e regiões a cada ano, podendo ser fruto de diferentes castas e cortes. Minimus Anima é uma colcha de retalhos e aconteceu em apenas três edições anteriores. Esta é a quarta edição, que vem totalmente diferente das precedentes. Quem conheceu os Minimus Anima anteriores deverá esquecê-los completamente ao provar a safra 2016 que estaremos liberando para a expedição em breve. A única relação mantida com as edições anteriores está na colcha de retalhos, ou seja, no corte entre várias uvas. Mas nesta quarta edição as uvas mudam muito e o estilo de vinho resultante também. Predominando a chardonnay da safra 2016, reservada durante anos para uso em algum corte, o vinho recebe apenas uvas conhecidas pela sutileza e cor menos intensa de seus vinhos, como a nebbiolo e a pinot noir. A cabernet-franc que entra no corte é a única casta mais estruturada e de cor mais intensa, mas sua participação é menor e terminam predominando a nebbiolo e a pinot noir. Cada uva provem de uma diferente safra: o corte inclui safras entre 2016 e 2019. A inspiração vem de um vinho de Julien Guillot que me foi apresentado na Borgonha em visita ao cavista e amigo Frédéric Henri. Frédéric me contou que Guillot teria tido um problema com a lei das apelações ao lançar um corte de chardonnay, gamay e pinot noir. Segundo ele, Guillot argumentou que durante quase novecentos anos foram misturadas uvas brancas e negras nos vinhos da Borgonha, sendo prática corrente entre os monges cistercienses. Comprei o vinho e gostei muito do resultado em taça, mas mais ainda da história por trás da garrafa – como de costume. Minimus Anima 2016 inspira-se nessa experiência, embora o resultado final remeta bem mais aos vinhos do Jura que de outras regiões, como foi o caso das versões anteriores. A chardonnay, colhida prematuramente para garantir uma acidez imponente, gerou um vinho reto, seco e austero demais para ser lançado puro, reencontrando neste corte o equilíbrio necessário para gerar um resultado fresco mas ao mesmo tempo capaz de expressar certo volume no palato, compatível com a expectativa causada pelo nariz exuberante, rico em morango e notas florais. Despretensioso e alegre, Minimus Anima 2016 é o vinho hipster do Atelier, nossa resposta à moda natureba dos vinhos rebeldes, de preços acessíveis e estilo “fora da curva”. Um vinho de sede, jovial e gastronômico, para ser consumido imediatamente.